quarta-feira, maio 01, 2013

E o mundo é um cabaret

Dia Internacional da Dança (29 de abril)

Na tentativa de celebrar este dia, que marca a minha forma de vida, comprei um bilhete para o Teatro Camões.
A tristeza de ver a dança, e a arte em geral, afastar-se cada vez mais da educação das pessoas, das prioridades dos sentidos, afirmou-se mais ainda...

E o mundo é um cabaret!

É o bom que a arte tem, posso interpretá-la da maneira que eu (espectador) quiser! E, para voltar às salas de espectáculo com um sorriso rasgado e a ânsia de ver emoções em palco, faço-o assim:
Aproximando-nos da crítica social, cada vez mais. A forma, a plasticidade da forma, a perfeição, o fácil, subir para descer para subir... aos círculos, voltamos sempre ao mesmo sítio, a vida redonda, a sedução que é só corpo... Andamos às voltas e cada cruzamento na rua é como estar numa sala de
espelhos.

E o mundo é um cabaret!

Gostava de ter visto isto. Mas, entre um Hollywood a preto e branco de Fred Aster e o expressionismo alemão dos anos 20, só vi gestos! Não me ri, não chorei, não me arrepiei, não senti fome nem sede nem vontade de fumar, nem vontade de abraçar ninguém... Não senti necessidade de pensar nem de conversar, nem vontade de dormir ou de ficar acordada!
Não senti vontade de dançar!
Somos todos tão iguais e tão banais que só os brilhos que trazemos nos 'trapos' que vestimos os fazem olhar-nos! E somos tristemente observados!

E o mundo é um cabaret!

epiderme: doce o amanhecer

epiderme: doce o amanhecer