quinta-feira, outubro 23, 2008

Outono

O passado assalta-me! Podia ter sido tudo diferente... Podias ter ficado, para sempre, tu e a poesia. Em cada libelinha um sorriso a fugir dos lábios! Dos teus lábios, desenhados como se imperfeição não existisse. O cheiro a terra molhada, dessa estação das folhas secas, marca a tua chegada. Hoje pergunto-me porque partimos? Porque é que não ficámos, onde o suor nos unia. Eras forte e eu frágil, ou será que era exactamente o oposto? Só sei que eram beijos sem fim, ficávamos depois do apagar das velas! Tu criavas as estrelas no céu, eu via-as brilhar e depois devolvia-tas nos meus olhos! Éramos só eu e tu e acreditávamos! Onde está esta menina? Eu tinha um príncipe. Hoje pergunto-me porque partimos? Bichos raros de mil cores... Dizias que se eu não estivesse nada valeria a pena... Porque é que não ficámos onde as mãos nos uniam? O teu riso rasgado obrigava-te a cerrar os olhos, eu ria! Riamos os dois, tanto... Lembro-me uma vez, não sabíamos onde terminava um e começava o outro... Descobrimo-nos e era quente o ar que nos cobria! (Acho que te Amo, em segredo...) O cheiro era a canela e a música sabia dizer exactamente quem éramos e o que queríamos. Era só nossa! Partimos com as folhas secas de um outro Outono, onde a chuva nos levou os sonhos, os beijos e as estrelas...