segunda-feira, dezembro 28, 2009

Soneto de amor

"Não me peças palavras, nem baladas, Nem expressões, nem alma...Abre-me o seio, Deixa cair as pálpebras pesadas, E entre os seios me apertes sem receio. Na tua boca sob a minha, ao meio, Nossas línguas se busquem, desvairadas... E que os meus flancos nus vibrem no enleio Das tuas pernas ágeis e delgadas. E em duas bocas uma língua..., - unidos, Nós trocaremos beijos e gemidos, Sentindo o nosso sangue misturar-se. Depois... - abre os teus olhos, minha amada! Enterra-os bem nos meus; não digas nada... Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!" (Régio, J.)

sombras

terça-feira, dezembro 01, 2009

terça-feira, novembro 17, 2009

o reconhecimento

"as miragens são todas aquelas pessoas que, sempre que as imaginávamos capazes de nos tornarem mais simples e mais compreensíveis, nos decepcionam. é por isso que as miragens nunca acontecem por influência da luz do sol, quando o olhamos de frente. só muito tarde descobrimos que as miragens nascem e crescem presas às pessoas que, em vez de janelas de simplicidade, criam labirintos no nosso coração. e nos levam a reparar, sempre que olhamos para trás, que - em vez de transparência - surge opacidade." (Sá, E.)

domingo, novembro 15, 2009

SE . . .

Se podes conservar o teu bom senso e a calma No mundo a delirar para quem o louco és tu... Se podes crer em ti com toda a força de alma Quando ninguém te crê...Se vais faminto e nu, Trilhando sem revolta um rumo solitário... Se à torva intolerância, à negra incompreensão, Tu podes responder subindo o teu calvário Com lágrimas de amor e bênçãos de perdão... Se podes dizer bem de quem te calunia... Se dás ternura em troca aos que te dão rancor (Mas sem a afectação de um santo que oficia Nem pretensões de sábio a dar lições de amor)... Se podes esperar sem fatigar a esperança... Sonhar, mas conservar-te acima do teu sonho... Fazer do pensamento um arco de aliança, Entre o clarão do inferno e a luz do céu risonho... Se podes encarar com indiferença igual O triunfo e a derrota, eternos impostores... Se podes ver o bem oculto em todo o mal E resignar sorrindo o amor dos teus amores... Se podes resistir à raiva e à vergonha De ver envenenar as frases que disseste E que um velhaco emprega eivadas de peçonha Com falsas intenções que tu jamais lhes deste... Se podes ver por terra as obras que fizeste, Vaiadas por malsins, desorientando o povo, E sem dizeres palavra, e sem um termo agreste, Voltares ao princípio, a construir de novo... Se puderes obrigar o coração e os músculos A renovar um esforço há muito vacilante, Quando no teu corpo, já afogado em crepúsculos, Só exista a vontade a comandar avante... Se vivendo entre o povo és virtuoso e nobre... Se vivendo entre os reis, conservas a humildade... Se inimigo ou amigo, o poderoso e o pobre São iguais para ti à luz da eternidade... Se quem conta contigo encontra mais que a conta... Se podes empregar os sessenta segundos Do minuto que passa em obra de tal monta Que o minuto se espraia em séculos fecundos... Então, óh ser sublime, o mundo inteiro é teu! Já dominaste os reis, os tempos, os espaços!... Mas, ainda para além, um novo sol rompeu, Abrindo o infinito ao rumo dos teus passos. Pairando numa esfera acima deste plano, Sem receares jamais que os erros te retomem, Quando já nada houver em ti que seja humano, Alegra-te, meu filho, então serás um homem!...
(Rudyard Kipling)

sexta-feira, novembro 13, 2009

O que me resta?

Que frio!!! Nas mãos tanto como no estômago... Sozinha. Às vezes preciso. O caderno, as palavras, o cigarro, a cerveja e eu, já tão habitual. Pois... Parece que me perdi a dançar! E o cinema não esperou... Era onde me ia encontrar hoje. Optei pelo rio, pelo frio. Que ainda me deixa pensar, que ainda me deixa sentir algum calor e perceber a mágoa! A crueldade em detrimento do afecto, assim tão leviana como um "deixa-me ir porque quero ficar", tão frágil... Não me apetece perguntar porquê porque receio sabê-lo. Assim como não quero perceber se o sol se esconde para não se encontrar com a lua. Deixa-me ir sem ter que partir... P'ra regressar... P'ra me quereres de volta. Mas o frio começa a transformar-se num recuo insuportável! Já não existe cerveja e as palavras começam também a gelar. O caderno aproxima-se do fim cheio de vazio e o cigarro tão cruelmente leviano. O que me resta? Eu

terça-feira, novembro 03, 2009

uma imagem para partilhar... reviver a dança... saudades das papoilas!

"Invoco o nosso sonho!...

... Estendo os braços! E ele é,ó meu Amor, pelos espaços, Fumo leve que foge entre os meus dedos!..."

segunda-feira, novembro 02, 2009

ternura

Um céu cheio de estrelas, uma lua pela metade minguante, um caderno, uma esferográfica, um cigarro! O sono que não vem... Ao longe o som do piano confunde-se com o do saxofone. O fogo, a luz... Eu! E a minha terna solidão... A ansiedade regressa sem avisar, desprotegida... De repente tenho força, coragem sem medo. Claro que vale a pena. O sorriso... Os olhos enchem de água depois do primeiro beijo. As mãos não se deixam afastar. Espero-te, claro! Porque continuo a viver. Porque esperar não é parar. Porque sinto coisas boas, o medo é imaginação... Vamos ser nós... Transparentes! Outro cigarro... O vinho! Lembro-me do cheiro... Vou dormir bem, porque não quero que seja diferente...

sexta-feira, outubro 09, 2009

espera-me . . . esta noite . . .

Sinto-me nervosa! Tão nervosa... Como se os dezasseis anos voltassem de repente... E é bom, nem imaginas como é maravilhoso voltar a sentir-me assim!! Sem medo de ganhar ou perder, sem querer mostrar ou ver... sem prever nada... Ansiosa, só! Por desvendar... as mãos. Onde? Nos bolsos? Suadas... sem saber onde... Uma sessão especial (como espero tanto que assim seja) numa qualquer sala de cinema, as poltronas vermelhas quase vazias... a Julieta encantarnos-á concerteza... E nós??

quinta-feira, setembro 03, 2009

regresso ao paraíso (:

Um fim de semana de relaxe total... Uma tenda... Sol... Praia...

segunda-feira, junho 01, 2009

Amar ou Odiar

"Amar ou odiar
Ou tudo ou nada
O meio termo é que não pode ser
A alma tem de estar sobressaltada
Para o nosso barro sentir; viver
Não é uma Cruz que não se queira pesada
Metade de um prazer, não é um prazer!
E quem quiser a vida sossegada
Fuja da vida e deixe-se morrer!
Vive-se tanto mais quanto se sente
Todo o valor está no que sofremos
Amemos muito como odiamos já!
A verdade está sempre nos extremos
Pois é no sentimento que ela está."
(Fausto Guedes Teixeira)

terça-feira, maio 26, 2009

terça-feira, abril 07, 2009

Adeus... Com perfumes atormentadores de memórias... Sorrisos que se confudem em sonhos... Adeus... "Eu vou com as aves..."

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

VIDA

Nasceu o Rodrigo!! No último dia deste Janeiro de Inverno, para nos aquecer os corações! Tão pequenino, tão lindo! Parabéns amiga Martaró e Rui! Ontem quando cheguei à maternidade estavas com um ar um pouco desorientado, mas linda!! Realmente a maternidade muda uma mulher, acho que estavas mesmo com expressão de mamã, não sei explicar, senti-te diferente e foi bom! Começa uma nova etapa das vossas vidas, uma etapa que nunca terminará, serás mãe para sempre... :) deve ser delicioso. E o mais curioso é que ver e tocar naquela "criatura" tão frágil e tão linda despertou em mim uma vontade enorme! Começo a acreditar que a maternidade é contagiosa :) parece que o relógio biológio acorda! Estou Feliz!! Obrigada Martaró por mais este pedaço de vida! Mil beijos!!!!

segunda-feira, janeiro 26, 2009

a rapariga das tangerinas e o rapaz que trazia o mar nos olhos

Uma energia quase infantil ocupava todo o espaço, dentro e fora... Depois daquelas crianças que trazem a vida nas mãos. Mais um final de tarde em que é bom sentir aquele frio nas maçãs do rosto, aquela caminhada, mais uma, até à estação de comboios. Mas neste dia, desta vez, sem dúvidas, avanço até à 1ª carruagem, onde nunca vou... Não há mais caminho a percorrer, cheguei! E lá está ele... Sentado. De olhos postos em mim! Como se o mar me engolisse… Eu com a tangerina nas mãos, o cheiro, o sabor, na boca nos lábios, ele nos olhos... Desconhecido... O sorriso no canto dos lábios! Mais um gomo de tangerina, o trajecto dos dedos finos e, agora, nervosos, até ao sabor ansioso, como o que invade, o desejo... Dúvidas? Um não querer que se confunde com um querer demais... A voz! Que treme nas mãos... Os nomes, o riso inseguro de menina mulher… Parece que se renasce! Como uma bola de fogo que nos percorre! Mas… De repente… O cheiro cítrico já não existe assim como quando o mar se deixa consumir pela areia… Os olhos recuam, as mãos também! O rapaz já não traz na vontade o mar… O sorriso petrifica… A garganta seca… Regresso a casa… e ninguém à espera…