"no principio era a Dança e a Dança estava no Ritmo e o Ritmo era Dança.No principio era o Ritmo, tudo foi feito por ele, sem ele nada foi feito." Serge Lifar
Afinal a ideia é sempre a mesma o bailarino a pôr o pé no sítio uma coisa muito forte na cabeça no coração nos intestinos no nosso próprio pé pode imaginar-se a ventania quer dizer «o que acontece ao ar» é a dança poiis vejam o que está a fazer o bailarino que desata por aí fora (por «aí dentro» seria melhor) ele varre o espaço se me permitem varre-o com muita evidência somos obrigados a «ver isso» que faz o pé forte leve no sítio leve o sítio rítmico no pé rítmico? e digo assim porque se trata do princípio «de cima para baixo de baixo para cima» que faz? que fazem? oh apenas um pouco de geometria em termos de tempo um pouco de velocidade em termos de espaço dentro de tempo «vamos lá encher o tempo com rapidez de espaço» pensam os pés dele quando o ar está pronto o «problema» do bailarino é coisa que não interessa por aí além mas são chegados os tempos da agonia estamos «exaltados» com este pensamento de morte é preciso pensar no «ritmo» é uma das nossas congeminações exaltadas na realidade algo se transformou desde que ele começou a dançar sem qualquer auxilio excepto não haver ainda nomes para «isso» e haver os ingredientes do espectáculo i. e. a qualidade «forte» do sítio e pés esperem pela abertura de negociações entre «não» e «sim» hão-de ver como coisas dessas se passam não vai ser fácil os recursos de designação as acomodações várias já se não encontram ás ordens de vossências comecem a aperceber-se da «energia» como «instrumento» de criar «situações cheias de novidade» vai haver muito nevoeiro nessas cabeças e ainda «o coração caiu-lhe aos pés» o banal a contas com o inesperado talvez então se tenha a ideia de murmurar «os pés subiram-lhe ao coração» pois vão dizendo que exagero logo se verá também Jorge Luís Borges escreveu esta coisa um nadinha espantosa «a lua da qual tinha caído um leão» nunca se pode saber maçãs caem etc. o assunto do bailarino cai mas sempre em cima da cabeça e estamos para ver Cristo a andar sobre as águas é ainda o caso do bailarino «o estilo» claro que «isto» apavora a dança faz parte do medo se assim me posso exprimir
herberto helder...para a princesinha...pelo prazer de a ver dançar...
5 comentários:
"O amor que se sente está todo na pessoa que ama; a pessoa amada não é mais que um pretexto" - Alfhonse Karr...besos.
Longe de alguém que nos marca, nada é como era.
beijinho*
Longe, o que somos, ou uma parte de nós vê outra coisa que estava oculta. Aí torna-mos outra coisa, uma coisa que jã exitia mas com um suplemento...
"no principio era a Dança e a Dança estava no Ritmo e o Ritmo era Dança.No principio era o Ritmo, tudo foi feito por ele, sem ele nada foi feito." Serge Lifar
...para a princesinha...como um doce de Natal...
Texto 3
Afinal a ideia é sempre a mesma o bailarino a pôr o pé
no sítio uma coisa muito forte
na cabeça no coração nos intestinos no nosso próprio pé
pode imaginar-se a ventania quer dizer
«o que acontece ao ar» é a dança
poiis vejam o que está a fazer o bailarino que desata por aí fora
(por «aí dentro» seria melhor) ele varre o espaço
se me permitem varre-o com muita evidência
somos obrigados a «ver isso»
que faz o pé forte leve no sítio leve
o sítio rítmico no pé rítmico?
e digo assim porque se trata do princípio «de cima para baixo
de baixo para cima»
que faz? que fazem? oh apenas um pouco de geometria
em termos de tempo um pouco de velocidade
em termos de espaço dentro de tempo
«vamos lá encher o tempo com rapidez de espaço»
pensam os pés dele quando o ar está pronto
o «problema» do bailarino é coisa que não interessa por aí além
mas são chegados os tempos da agonia
estamos «exaltados» com este pensamento de morte
é preciso pensar no «ritmo» é uma das nossas congeminações exaltadas
na realidade algo se transformou desde que ele começou a dançar
sem qualquer auxilio excepto
não haver ainda nomes para «isso» e haver os ingredientes
do espectáculo i. e. a qualidade «forte» do sítio
e pés
esperem pela abertura de negociações entre «não» e «sim»
hão-de ver como coisas dessas se passam
não vai ser fácil os recursos de designação as acomodações várias
já se não encontram ás ordens de vossências
comecem a aperceber-se da «energia» como «instrumento»
de criar «situações cheias de novidade»
vai haver muito nevoeiro nessas cabeças
e ainda «o coração caiu-lhe aos pés» o banal
a contas com o inesperado talvez então se tenha a ideia de murmurar
«os pés subiram-lhe ao coração»
pois vão dizendo que exagero logo se verá
também Jorge Luís Borges escreveu esta coisa um nadinha espantosa
«a lua da qual tinha caído um leão» nunca se pode saber
maçãs caem etc. o assunto do bailarino cai
mas sempre em cima da cabeça e estamos para ver
Cristo a andar sobre as águas é ainda o caso do bailarino
«o estilo»
claro que «isto» apavora
a dança faz parte do medo se assim me posso exprimir
herberto helder...para a princesinha...pelo prazer de a ver dançar...
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