"Não sei o que se pode esperar dos anjos, para além de que voem. É-me difícil "vê-los" e desconheço como podem ter asas não tendo costas... Mas, apesar das dúvidas ou das convicções, imagino os anjos parecidos connosco... e a voar. Talvez porque Miguel Ângelo os tenha pintado sem sexo, aos anjos as pessoas associam a ingenuidade e a pureza das crianças. Não penso assim. Imagino que as crianças se parecem com os anjos porque, como eles, voam. Voam quando trazem alguém para os seus sonhos, como voam de encantamento. Há sempre um "alguém" em cada pedaço do nosso crescimento. Quando esse alguém faz de "Ali Babá" e nos traz um "abre-te sésamo", sempre que se chega para nós, voamos pela sua mão. Junto das pessoas que gostam de nós não somos anjos se bem que, com elas, aprendamos a voar. As pessoas crescem a ritmos diferentes e em direcções que, por vezes, as desencontram. Não são os momentos em que sonham ou se encantam que as separa, mas as vezes, de menos, em que não dizem "espera por mim"."
6 comentários:
"-As pessoas têm estrelas, que não são as mesmas para todas elas.Para uns, os que viajam. as estrelas são guias.Para outros não passam de pequenas luzes.Parta outros, os sábios, são problemas.Para o meu homem de negócios, eram ouro.Todas essas estrelas, porém, permanecem caladas.Mas tu terás estrelas como ninguém tem...
....
-Quando olhares para o céu de noite, porque habitarei numa delas, porque me rirei numa delas, será para ti como se todas as estrelas se rissem.Só tu terás estrelas que saibam rir!
....
-E quando estiveres consolado(a gente consola-se sempre)ficarás contente por me teres conhecido.Serás sempre meu amigo,Terás vontade de rir comigo.E, ás vezes, abrirás a janela, sem mais nem menos, por mero prazer...E os teus amigos hão-de ficar admirados de te ver rir a olhar para o céu.Tu então dir-lhes-ás:"As estrelas, as estrelas sempre me fizeram rir!".Julgarão que estás maluco."
O Principezinho-Antoine de Saint-Exupéry
Soneto do Cativo
Se é sem duvida Amor esta explosão
de tantas explosões contraditórias;
a sórdida mistura das memórias,
tão longe da verdade e da invenção;
o espelho deformante;a profusão
de frases incensatas,incensórias;
a cumplice partilha nas histórias
do que os outros dirão ou não dirão;
se é sem dúvida Amor a cobardia
de buscar nos lernçóis a mais sombria
razão de encantamento e de desprezo;
não há dúvida, Amor, que te não fujo
e que por ti, tão cego, surdo e sujo,
tenho vivido eternamente preso!
David Mourão Ferreira
Flores de Pessegueiro no Santuario de Tai Lin
Em junho, na cidade, murcham as flores,
Aqui, na montanha, dias gloriosos,
O santuário escondido flamejante de flores de pessegueiro,
inexistentes na cidade após a Primavera.
Quem poderia imaginar tal deslumbramento
ao alto da montanha, sob um céu diferente?
Bai Juyi...para a minha musa...
Già eran li occhi miei rifissi al volto
de la mia dnna, e l'animo con essi...
Dante Alighieri...para a princesa...
Esta rua tem um esse,
Que se chama solidão;
Este esse tem um anjinho,
Que me rouba o coração...
A alma inteira nunca está concentrada, a não ser no êxtase...amo-te e nunca te beijei...
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