quarta-feira, setembro 17, 2008

a Luz que a Lua nos Dá...

Pois... Parece que (ainda) ando desaparecida... Mas é assim que me sinto! Ainda meio confusa, sem saber bem o que hei-de contar desta viagem que me mudou os sentidos... Sem perceber se o que trouxe dentro de mim é transformável em material visível... Se parti confusa, regresso com mais dúvidas ainda... Com tantos porquês... Trago mais do que levei... Desvalorizamos tudo o que tem realmente valor... Não amamos sem vergonha, sem medos... Não damos sem pensar no retorno... Somos pessoas tristes, e o pior é que nem nos apercebemos disso... Não aproveitamos a luz que a lua nos dá... Falta-nos coragem para nos deixarmos emocionar por um pôr do sol... Um sorriso de afecto... Uma estrela cadente... DETURPAMOS TUDO...

2 comentários:

Algernon Wilmot, 3rd Viscount Wilmot disse...

ILHA Tu vives - mãe adormecida -
nua e esquecida,
seca,
fustigada pelos ventos,
ao som de música sem música
das águas que nos prendem...

Ilha:
teus montes e teus vales
não sentiram passar os tempos
e ficaram no mundo dos teus sonhos
- os sonhos dos teus filhos -
a clamar aos ventos que passam,
e ás aves que voam, livres,
as tuas ânseas!

Ilha:
colina sem fim de terra vermelha
- terra dura -
rochas escarpadas tapando os horizontes,
mas aos quatro ventos prendendo as nossas ânseas!

LARBAC (AMILCAR CABRAL), nasc. 12 / 9 / 1924, em Bafatá, Guiné-Bissau...para a princesinha...

Anónimo disse...

Natal

Nasceu.
Foi numa cama de folhelho,
entre lençóis de estopa suja,
num pardieiro velho.
Trinta horas depois a mãe pegou numa enchada
e foi roçar nas bordas dos caminhos
manadas de ervas
para a ovelha triste.
E a criança ficou no pardieiro
só com o fumo negro das paredes
e o crepitar do fogo,
enroscada num cesto vindimeiro,
que não havia berço
naquela casa.
E ninguém conta a história do menino
que não teve
nem magos a adorá-lo,
nem vacas a aquecê-lo,
mas que há-de ter
muitos Reis da Judeia a persegui-lo;
que não terá coroas de espinhos
mas coroa de baionetas,
postas até ao fundo
do seu corpo.
Ninguém há-de contar a história do menino.
Ninguém lhe vai chamar o Salvador do Mundo.

António Feijó...para a princesinha.