quinta-feira, agosto 11, 2011

Estás a chegar... Cada vez mais perto, tão perto que consigo já sentir o cheiro... Não sinto o meu corpo, está cansado! E o cheiro é sangue, é carne crua, é sal. Não tenho espaço em ti, mas quero ficar... Tão pouco tens espaço em mim e insisto para que fiques... Um ocupar do espaço quase sufocante! Descalço-me e não me apetece já convencer-vos de que o amor existe! O caminho, destruíste-o... Tanto! Que é proibido voltar atrás... O que nos resta... Não vejo! Arrancaste-me a pele e dói insuportavelmente! Mas as minhas pernas ainda me sustentam e estou aqui! De pé!

1 comentário:

Algernon Wilmot, 3rd Viscount Wilmot disse...

Encontro

Felicidade, agarrei-te
Como um cão, pelo cachaço!
E, contigo, em mar de azeite
Afoguei-me, passo a passo...
Dei à minha alma a preguiça
Que o meu corpo não tivera.
E foi, assim, que, submissa,
Vi chegar a Primavera...
Quem a colher que a arrecade
(Há, nela, um segredo lento...)
Ó frágil felicidade!
— Palavra que leva o vento,
E, depois, como se a ideia
De, nos dedos, a ter tido
Bastasse, por fim, larguei-a,
Sem ficar arrependido...

Pedro Homem de Mello, in "Eu Hei-de Voltar um Dia"

y...besos besos mas besos.